terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Fábula Natalina


A Humildade do pinheiro

Conta-se que, quando os pastores foram adorar o Divino Infante, decidiram levar-lhe frutos e flores produzidos pelas árvores de modo prodigioso.

Depois dessa colheita, houve uma conversa entre as plantas, num bosque.

Regozijavam-se elas de ter podido oferecer algo a seu Criador recém-nascido:
Uma, suas tâmaras; outra, suas nozes; uma terceira, suas amêndoas; outras ainda, como a cerejeira e a laranjeira, que haviam oferecido tanto flores quanto frutos.

Do pinheiro, porém, ninguém colheu nada. Pontudas folhas, ásperas pinhas, não eram dons apresentáveis.
O pinheiro reconheceu sua nulidade. E não se sentindo à altura da conversa, rezou em silêncio:
Meu Deus recém-nascido, o que Vos oferecer?
Minha pobre e nula existência.
Esta, alegremente lhe dedico, com grande agradecimento por me terdes criado na vossa sabedoria e bondade.

Deus se comprouve com a humildade do pinheiro. E, em recompensa, fez descer do céu e se afixarem nele uma multidão de estrelinhas.

Eram de todos os matizes que existem no firmamento: douradas, prateadas, vermelhas, azuis.
Quando o outro grupo de pastores passou, levou não apenas os frutos das demais árvores, mas o pinheiro inteirinho, a árvore de tal forma maravilhosa, da qual nunca se ouvira falar.
E lá foi o pinheiro ornar a gruta de Belém, sendo colocado bem junto do Menino Jesus, de Nossa Senhora e de São José.

Somos como o pinheiro.Pobres de tudo! Mas o Senhor, revestindo-nos com seu Espírito podemos lho oferecer os frutos de sua graça!

Tenha um Santo e abençoado Natal!

Um Novo Ano Iluminado!

Cheio de Paz.

Jesus Nasceu, é Natal!




Jesus nasceu. Na abóbada infinita
soam cânticos, vivas de alegria;
e toda a vida universal palpita
dentro daquela pobre estrebaria...

Não houve sedas, nem cetins, nem rendas
no berço humilde em que nasceu Jesus,
mas os pobres trouxeram oferendas
para quem tinha de morrer na cruz.



Sobre a palha risonho, e iluminado
pelo luar dos olhos de Maria,
vede o menino – Deus, que está cercado
dos animais da pobre estrebaria.



Não nasceu entre pompas reluzentes;
nas humildade e na paz deste lugar,
assim que abriu os olhos inocentes
foi para os pobres seu primeiro olhar.



No entanto, os reis da terra, pecadores,
seguindo a estrela que ao presepe os guia
vêm cobrir de perfumes e de flores
o chão daquela pobre estrebaria.



Sobem hinos de amor ao céu profundo:
homens, Jesus nasceu! Natal! Natal!
Sobre esta palha está quem salva o mundo,
que ama os fracos, quem perdoa o mal.



Natal! Natal! Em toda a natureza
há sorrisos e cantos, neste dia...
Salve o Deus da humanidade e da pobreza
nascido numa pobre estrebaria.